quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Interpretações

Sempre leio as postagens dos blogs da turma e quando há temas em que me sinto confortável em opinar ou comentar, eu o faço.
Dias atrás, comentei uma postagem do blog Aporias Históricas, de Ivana Driele. O texto trata das formas como o conhecimento é transmitido pelos professores. Em determinado trecho, é feita uma correlação entre a Matemática e as Ciências Humanas (“Matemática sempre me pareceu irracional... Por isso minha maior afeição às ciências humanas, e principalmente à história, pois há debates discussões, o que praticamente exclui a ideia de verdade absoluta.”). Eu interpretei este trecho como a preferência da última em detrimento da primeira e, polidamente, comentei fornecendo argumentos tentando mostrar que o conhecimento não deve ser excludente. O comentário foi retrucado com se ele se tratasse de uma crítica, seguindo-se tentativas de explicações e entendimentos até chegarmos a um denominador comum. Pronto! Terminei a digressão. Cheguei onde eu queria chegar.
Quando escrevemos, estamos completamente expostos às mais variadas interpretações de quem nos lê. As palavras que escrevemos devem ser meticulosamente medidas para que possamos transmitir com a maior clareza possível a ideia que temos em mente. E, obviamente, estamos sujeitos às críticas e comentários que porventura venham a ser feitos aos nossos escritos. E esse, parece-me, será o carma a carregar enquanto historiador. Vi a simpática discussão com Ivana relacionada ao tema da transmissão do conhecimento como um grande aprendizado no que diz respeito à interpretação do que escrevo. Meus escritos sempre estarão sujeitos a interpretações várias. Os meus pontos de vista regerão a interpretação do que eu leio. Essa é a lição que aprendi, de muita valia para mim.

domingo, 24 de outubro de 2010

Ilha do Retiro 23/10/2010

Ontem estive na Ilha do Retiro, tema da minha postagem anterior. Fui ver o clássico pernambucano da Série B, Sport x Náutico, que acabou empatado em 1 a 1. O futebol foi de baixa qualidade. A bola foi maltratada demais. Eu não ia a um estádio desde 2008. Havia uma maioria esmagadora de torcedores do Sport, confiantes na vitória para chegar ao grupo dos quatro clubes que ascendem à Série A, eu inclusive, e uns poucos fanáticos torcedores do Náutico isolados num pequeno trecho de arquibancada.
É impressionante o comportamento totalmente passional da torcida. O amor e o ódio ora com o time, ora com algum jogador específico se alternam com mais velocidade que o piscar das luzes de uma árvore de natal. Parece que ali, no estádio, é o lugar onde o comportamento deixa de ser racional. Independentemente de profissão, religião, sexo ou condição financeira, o torcedor  passa a fazer parte de um corpo quase único, reagindo instantaneamente ao andamento do jogo, como um bando de aves em revoada. O xingamento ou o elogio pode começar em qualquer parte do estádio, não importa: ele reverbera rapidamente por toda a torcida. E, quando o jogo termina, tudo volta ao normal. Ninguém verá a grande maioria daqueles que ali estavam repetindo o comportamento do estádio. Sai a paixão, volta a razão. E a vida segue.
Ilha do Retiro Stadium, 10/23/2010
Yesterday I was at the Ilha do Retiro stadium, theme of my previous post. I went to see the match between Sport and Náutico, which ended tied at 1-1. The football (soccer) played was of low quality. The ball was mishandled too much. The last time I had gone to the stadium was in 2008. There was an overwhelming majority of supporters of Sport confident of victory to reach the group of four clubs to be promoted to Series A Brazilian Championship, including myself, and a few isolated fanatics Náutico fans in a small section of bleachers.
It's amazing how passionate the fans behavior. Love and hate at times with the team, sometimes with a specific player take turns with more speed than the flashing lights of a Christmas tree. The stadium seems to be where the behavior ceases to be rational. Regardless of profession, religion, sex or financial condition, the fan becomes part of a single body, immediately reacting to what happens in the match, like a flock of birds in flight. Mockery or praise can start anywhere in the stadium, no matter: it reverberates throughout the crowd quickly. And when the match ends, everything returns to normal. Nobody will see the most of those who there were behaving like at the stadium. Passion is replaced by the reason again. And life goes on.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Como o tempo modifica a paisagem...

O Brasil se prepara para a próxima Copa do Mundo de Futebol em 2014, e o Recife será uma das sedes. O Recife já teve privilégio de sediar uma partida de Copa do Mundo em 1950, realizada em 2 de junho daquele ano na Ilha do Retiro quando se enfrentaram Chile e Estados Unidos, com a vitória do primeiro por 5 a 2. A tribuna de honra do estádio recebeu ninguém menos que Jules Rimet, então presidente da FIFA, que deu nome à taça em disputa até 1970, quando o Brasil a conquistou em definitivo.
Acima está uma foto do estádio da Ilha do Retiro em 1950, um pouco antes do início da copa. Espetacular! A ilha acima e à esquerda é a ilha de Joana Bezerra, onde hoje está o fórum do Tribunal Regional Federal. Observe que toda a área por trás do estádio era formada por manguezais e ilhas. A avenida Eng. Abdias de Carvalho não existia (parte de baixo da foto). Seria construída durante a década de 1950. A área nas cercanias do estádio ainda não era urbanizada. Época de um Recife bucólico, de um futebol romântico...

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O filme foi mal montado pelo editor...

Ontem à noite acompanhei a transmissão do debate entre Dilma Rousseff e José Serra promovido pela RedeTV! e pela Folha de São Paulo. A impressão que eu tive era de estar vendo um filme que foi mal montado pelo editor. Tentarei explicar.
O mediador do debate foi o jornalista Kennedy Alencar, repórter especial da Folha e apresentador do programa É Notícia, da RedeTV!
Pois bem. Tão logo se inicia o debate, com o mediador fazendo a mesma pergunta aos dois presidenciáveis, que recebe as “respostas” no tempo adequado, mas sem ter a mínima correlação com o que foi perguntado. Inicia-se então o erro de montagem do filme pelo editor de imagens.
Os presidenciáveis simplesmente não respondem às perguntas a eles dirigidas. Eles ora divagam ora pavoneiam-se. Nunca a resposta tem correlação com a pergunta. E mais: a réplica e a tréplica são usadas para, no caso de Serra, listar seus feitos enquanto Deputado Federal e Ministro do Planejamento e da Saúde, e no caso de Dilma, falar do que foi realizado no governo Lula, como se nada houvesse sido feito pelos governos anteriores que possibilitassem as realizações do Governo Federal nos últimos oito anos. Apontar ou defeitos próprios ou de seus aliados jamais.
Por isso, a sensação que eu tive foi de estar vendo um filme mal montado, onde o editor misturou a sequência das cenas, fazendo com que o que seja respondido não corresponda à pergunta.
Mas não! O debate foi transmitido ao vivo!
Ou seja, eles simplesmente fogem aos temas que não lhes interessa! E nós, meros expectadores mortais, ficamos esperando pelos temas que realmente interessam e eles simplesmente não vêm.
Não verei os debates que venham a ocorrer para essa eleição. Não quero mais ter a sensação de ver um filme de má qualidade.

domingo, 17 de outubro de 2010

Alegria para o Sertão pernambucano no futebol!


O Salgueiro disputará a Série B do Campeonato Brasileiro em 2011! O Carcará, como é carinhosamente chamado por seus torcedores, conseguiu a inédita classificação ao derrotar o Paysandu em Belém por 3 a 2 hoje pela manhã (o primeiro jogo entre eles em Salgueiro havia terminado empatado em 1 a 1).
Enquanto o tradicional Santa Cruz amargará novamente a Série D em 2011, o clube da cidade de Salgueiro, no Sertão pernambucano, chega à segunda divisão do futebol brasileiro, que este ano conta com clubes tradicionais como Coritiba, Bahia, Sport e Náutico, entre outros. Aliás, Pernambuco deverá ter até três representantes no próximo ano na Série B: além do Salgueiro, Náutico e Sport deverão disputá-la mais uma vez em 2011. Apenas o Sport ainda tem remotas chances de ascender à Série A ainda este ano.
Trata-se realmente de um feito memorável, para quem se profissionalizou há apenas cinco anos, ser o primeiro clube sertanejo de Pernambuco a chegar à Serie B do futebol brasileiro.
O Carcará alçou um voo mais elevado, honrando o futebol pernambucano. Os clubes tradicionais da capital que se cuidem. Lá vem o Carcará!!!
Parabéns aos salgueirenses!!!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Dilma, Lula et caterva: para conhecer melhor quem governa a nossa pátria...

Não sei se as pessoas citadas realmente escreveram os textos abaixo. De qualquer forma transcrevo o texto de um e-mail que recebi hoje. Faz-nos pensar sobre o grupo que loteou o Brasil para si nos últimos oito anos.
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Uma mãe mandou para a filha um e-mail sobre o passado negro da Dilma.
A filha repassou o e-mail para seus amigos, que por sua vez o repassaram para amigos.
Aí, uma sinoatizante do PT chamada Lígia Rodrigues, se achou no direito de dar uma lição de moral na mãe.

Vale a pena ver as mensagens trocadas.

De Lígia Rodrigues Petista para a mãe:

"Mamãe que feio!!!!... ensinando a sua filhinha a acreditar nos absurdos que escrevem na internet?
Acho melhor incentivá-la a estudar a história do Brasil e deixar que ela mesma tire as suas próprias conclusões, afinal quem estudar a história do Brasil, entenderá que nunca o nosso país esteve tão bem como hoje, tão forte na economia mundial, tão evidente, tão em crescimento e desenvolvimento quanto esteve nesses 8 anos de governo Lula!!!! E agora o que acontece? Acontece que a oposição está desesperada, porque está vendo o quanto o POVO está satisfeito (governo Lula tem 88% de aprovação da população, aprovação que nenhum governo nunca tinha tido antes na história e aí vem me dizer que é porque o povo é ignorante?
Não, não meus queridos, o povo está satisfeito porque nunca teve tanta oportunidade, nunca teve tanta comida na mesa, nunca teve tanto emprego, isso sim) o quanto o Brasil cresceu e aí a única alternativa que resta é APELAR. Apelar para a ignorância, para a mentira e para a ingenuidade de pessoas inocentes e que acreditam em todos os absurdos que circulam por aí. Então fica a minha dica: pesquisem!!! Vejam o que realmente é verdade!!!”
Ligia Rodrigues

Ao que a mãe respondeu:

"Cara Ligia:

Da educação da minha filha cuido eu e decididamente não preciso da sua ajuda, embora agradeça seu interesse. Se você imagina que eu seja alguma semialfabetizada, desconhecedora da história e que me socorra apenas da Internet, para compor a minha (in)formação, como lamentável e invariavelmente procede a maciça maioria dos jovens da sua geração, saiba que sou do tempo em que se liam livros e se redigia em bom português.

Tenho 58 anos, sou mestre e doutora em Direito Ambiental pela PUC-São Paulo, professora universitária e brasileira que lê. Porque leio, tenho a nítida compreensão do embuste que representam os tais 80% de popularidade disto que você chama de presidente e que eu prefiro chamar de populista barato, parte de uma corja que tomou de assalto este país, no maior estelionato eleitoral já visto na história brasileira. Estelionato, porque esta malta petista se elegeu sob as vestes imaculadas da correção, da ética e da transparência na política. Vendeu produto podre, cara Lígia.

E você, consumidora desavisada, está comprando. Todos que fomos formados nas hostes da esquerda brasileira, da década de 60 e 70, os que lutaram contra a ditadura (você seguramente não viveu o período sinistro da ditadura), dando a cara para a polícia militar bater, não raro comprometendo vidas profissionais em razão de envolvimentos políticos, em nome da restauração da democracia neste país, sentem-se ludibriados, enganados e feitos de palhaços pelo PT de hoje.
Eu, que já fui eleitora de José Dirceu, sou obrigada a assistir cenas explícitas de sua competente coordenação na montagem do mensalão, um deslavado programa de compra de apoio de parlamentares, cuja tarefa, em contrapartida ao dinheiro (seu e meu) que receberam mensalmente do PT, era invariavelmente votar a favor DE TUDO que se lhes fosse requisitado.
Saiba que aí começam os 80% da popularidade do seu presidente. E Lula, que sempre dormiu dentro do pijama de José Dirceu, nunca soube de nada... Eleitora de José Genoíno que também já fui, igualmente, sou também obrigada a assistir cenas explícitas de suas atividades como gerente do mensalão, como chefe dessa organização criminosa que se instalou no poder, sob a batuta beneplácito e complacência de Lula, PARA QUEM TUDO SE PASSA, COMO SE NADA SE PASSASSE (até porque LULA já resolveu a situação econômica até da quinta geração de seus descendentes, através da fortuna amealhada por seu filho, um ex-vigia de um zoológico no interior São Paulo e hoje trilhardário,- dificilmente em razão de seu trabalho e sua competência...).
Dólares na cueca , Waldomiros... A lista é infindável. Mas, o mais monumental e ousado estelionato perpetrado contra a população deste país pela malta petista, está no golpe de mestre engendrado para viabilizar a reeleição de Lula: tomar dinheiro público, do erário, portanto, seu e meu, e distribuí-lo aos borbotões para a sofrida população carente do norte e nordeste, literalmente comprando o voto desses coitados (cada bolsa-alguma-coisa rende, por baixo, 6 votos, que é o tamanho de uma família média do norte e nordeste).

Então, faça as contas e veja de onde vem a popularidade de seu presidente: maciçamente oriunda da adesão incondicional desses coitados, que não têm a menor ideia e nem sabem do que há embutido no dinheiro que recebem. Se eu fosse eles, tampouco quereria saber.

Como não sou, sei: o PT copiou o projeto original de redistribuição de renda, concebido e operacionalizado inicialmente em Brasília, mudou o nome do programa como se cria sua fosse e, em mais um de seus estelionatos, assumiu a paternidade do programa, sem nunca ter tido a decência de dar CRÉDITO AO GOVERNO ANTERIOR - FHC e Dona Ruth Cardoso (primeira DAMA de verdade !) QUE O CONCEBEU E IMPLANTOU.
Com a abissal diferença, porém. O projeto original era vinculado a contrapartidas, como pré-requisito para a concessão da bolsa. Isto se chama investimento público e não aleluia com dinheiro público, distribuído obedecendo ao único e exclusivo critério de que cada bolsa-alguma-coisa, rende, como rendeu na reeleição de Lula, no mínimo, 6 votos. Então, Lígia, saiba que a popularidade desse presidente que lhe representa (a você, porque a mim não representa) tem o MESMÍSSIMO LASTRO, ORIGEM , NATUREZA, PERFIL E FORMATAÇÃO DO APOIO INCONDICIONAL que Lula recebeu dos parlamentares da Câmara Federal, durante o mensalão. E o dinheiro usado nessa mera transação comercial, aferível através de matemática simples, é seu, viu?

Lula passou sua vida fazendo bravatas, como ele próprio admitiu. Como parlamentar, teve atuação pífia. Nunca se ouviu falar de um projeto de lei de sua autoria. Claro, pouco afeito à leitura, como ele próprio afirma, dele não se esperaria nada diferente.

Como presidente, sem a menor afinidade com a rotina e a disciplina inerentes ao expediente, gastou seu tempo - à guisa de entabular negócios com outros países- literalmente rodando mundo, fazendo propaganda de si próprio, como o "coitado" (!) que deu duro e venceu. Saiba que Europeu e americano amam o exotismo dos países periféricos (candomblé, mulher pelada no carnaval, favela etc.). Digo isto porque morei um ano nos Estados Unidos em intercâmbio quando jovem, estudei Direito Internacional Público na Universidade de Edimburgo na Escócia, durante minha época de graduação em Direito e lecionei, por 7 verões consecutivos Direito Ambiental Brasileiro na graduação e no Mestrado da Universidade de Louvain, na Bélgica.
Portanto, manjo bem o espírito com que europeus e americanos vêm o Brasil e a figura "exótica" de seu presidente. Pergunte se eles elegem populistas e políticos que mal sabem ler e escrever... Seu presidente, semialfabetizado que é (e isto é uma vergonha sim senhora! , para uma criatura que se dispôs a representar os brasileiros. Não obstante, ele carrega sua falta de estudo como um troféu). Nós merecíamos, no mínimo, que ele tivesse se dado ao trabalho de dominar as regras básicas da língua portuguesa, porque teve sim chance, teve sim, tempo e teve sim, condições de estudar, se tivesse MENOS PREGUIÇA e aptidão que não tem , para a disciplina inerente a qualquer atividade de aprendizado.

Marina, por exemplo, alfabetizou-se aos 16 anos. Teve vida incomensuravelmente mais sofrida do que a de Lula e não envergonhou a ninguém como parlamentar e ministra que foi, e jamais vociferou discursos na base do “menas gente” e “entendo de que...”
Palanqueiro, demagogo, populista admirador das pataquadas de Chaves, de Ahmadinejad et caterva, seu presidente semialfabetizado confunde “prisioneiro político” com “prisioneiro comum”, como o fez, para a imprensa internacional, no episódio de Cuba (você se lembra, do prisioneiro político cubano que morreu em greve de fome exatamente no dia em que Lula chegou a Cuba, episódio sobre o qual seu presidente, no melhor estilo Odorico Paraguaçu, declarou: "se a moda pega, as cadeias brasileiras ficariam vazias!"). Sem comentários.

E quando se tem para conselheiro em política internacional “especialista” do calibre de um Marco Aurélio “top top” Garcia (lembra-se da comemoração furtivamente filmada no interior do Palácio do Planalto, assim que o jornal da Globo noticiou que o acidente da TAM se dera em razão de falha humana e não em razão das condições da pista de Congonhas?). Melhor teria sido até que as famílias das vítimas não tivessem testemunhado essa cena no Palácio, por parte de um assessor tão próximo do presidente). Escárnio, em nome de ganho político a qualquer preço. Esta é a política do PT atual, eleito com as vestais imaculadas da correção e da ética que vendeu e você comprou.

Não satisfeito, obtuso por desconhecimento da história, seu presidente se arvora de “vírus da paz” no conflito do Oriente Médio que é BÍBLICO (sabe o que significa isto?). O mundo e a ONU se empenham HÁ DÉCADAS tentando compor este conflito de interesses que já produziu um número incalculável de mortes. Lula achou que ele era o cara!! É ter-se em alta conta demais, para quem seguramente sequer se debruçou sobre um manual de história geral do segundo grau. Diz o ditado: "dá-se mala para andante, já pensa que é viajante..." Alguém precisa dizer-lhe, "Se manca Lula!" Seu presidente tem muitas qualidades, Lígia, mas levar a sério a expressão do Obama “that's the guy” (que, SEM A MENOR DÚVIDA, foi proferida em razão das graças e piadas que são a forma através da qual Lula se afirma, nesses reuniões políticas, nas quais depende inteiramente de alguém para traduzir o que se passa...), é muita pretensão.

Não acho que presidente brasileiro tenha por obrigação falar inglês, não. Mas, convenhamos, é uma vergonha um sujeito que sempre quis ser presidente, não ter se dado ao trabalho de estudar uma língua estrangeira, em deferência aos brasileiros, para bem representar seu país. Mas não, dá-lhe pinga, piada e futebol. É assim a metáfora que faz, de nós brasileiros no exterior.

A mim, ofende-me como cidadã e me envergonha como brasileira. Ah, mas ele é super-popular no exterior! É a admiração de que não precisamos. Americanos e europeus gostariam , tenha certeza, ainda muito mais, se nosso presidente fosse o Raoni (com todo o respeito e reverência que devemos aos sobreviventes das nossas comunidades indígenas, estes sim, vítimas de uma política indigenista de extermínio perpetrada por nós brancos, ao longo de todos os governos anteriores, inclusive por este, do PT).

Eleito pela primeira vez porque significava a mudança e a ética, fez um primeiro mandato durante o qual NÃO TEVE PEITO para implementar nada do que apregoou durante a campanha.

Literalmente DEU CONTINUIDADE às iniciativas do governo Fernando Henrique, pelando-se de medo da inflação voltar e não ter a envergadura que teve Fernando Henrique, como estadista que foi, de aniquilar uma inflação que já estava no DNA dos brasileiros, de tão endêmica e embutida na psique do brasileiro. Descobriu, depois da posse, que os rumos do governo não poderiam nem deveriam ser diferentes daqueles adotados no governo anterior.

Mas achou forma de “faturar” em cima do mérito alheiro. Até os índices positivos de safras de grãos recordes, obviamente fruto de políticas agrícolas do período anterior, foram colhidos e computados pela máquina publicitária do governo petista como se fossem fruto do governo que mal iniciara...

Saiba que o que a máquina de propaganda deste governo apelidou de "herança maldita", foram os acertos dos governos anteriores que caíram no colo de Lula, ou alguém tem a ilusão de que implantação de políticas , de infraestrutura etc., rendem respostas no dia seguinte em que são implantadas..

A crise internacional, que se festeja não ter chegado ao Brasil, realmente não faz grandes marolas em um país que tem uma monumental parte da sua economia no plano informal, longe dos números oficiais. Este país anda, Lígia, com Lula, sem Lula ou com cover de Lula.

Não é ele o artífice de nenhuma proeza política. É, sim, o artífice de uma monumental máquina de propaganda governamental, isto sim, "sem precedentes na história deste país".

Aliás, nem acredito que o mérito seja dele, porque ele é apenas a marionete à frente da cortina nesse teatro, por ser palanqueiro e empolgar a massa como Goebels fez no Alemanha nazista e menos votados como Jânio Quadros e Collor fizeram no Brasil.

Deu no que deu, se você conhece história. Na era da televisão, usando dinheiro público na manutenção do circo, vende o produto Lula deslavadamente na embalagem que quer (vide esse programa virtual, que é mera versão e não fato, chamada PAC) para uma população infelizmente consumidora de novelas na telinha.

A maciça maioria da nossa população não lê jornais. Ou você acha que é mera coincidência que ele não se elegeu nos estados de sul e sudeste, onde os índices de analfabetismo são muito menos drásticos.

Lula é produto da desinformação e do analfabetismo de um lado e, de outro, do oportunismo de segmentos que viram no governo Lula a chance de se candidatar a uma das tetas dentre as inumeráveis (vide o número de ministérios que criou, para manter com o seu dinheiro) para, na base do clientelismo, perpetuar-se nas benesses do poder e usufruir das mamatas que sobejamente conhecemos. A próxima mamata para os petistas é a nova estatal criada para cuidar do pré-sal. Aguarde para ver o número de cabides de emprego para acomodar petistas que serão criados. Ah, sempre foi assim? Ah bom, pensei que o PT durante 20 anos pregando o contrário, fosse o partido da ética e de políticos honestos, porque foi isto que venderam a mim e à população brasileira! Era bravata? Ah bom. Então tá.

Em tempo: assine um jornal.
Se há alguém mal informado aqui, talvez não seja exatamente a minha pessoa."

Maria Luisa Faro

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O América está de volta à elite do futebol pernambucano

Os saudosistas do futebol pernambucano estão felizes (eu também me incluo nesse grupo). O América estará de volta à divisão principal do futebol pernambucano em 2011!
Fundado em 12 de abril de 1914 com o nome de João de Barros Futebol Clube (a fundação deu-se numa casa da Avenida João de Barros no Recife), passou a se chamar América em 1915, a pedido do desportista Belfort Duarte, ligado ao América do Rio de Janeiro que viera ao Recife buscar apoio para a fundação da Federação Nacional de Esportes, antecessora da antiga Confederação Brasileira de Desportos.
Até 1952, o América foi campeão pernambucano seis vezes (1918, 1919, 1921, 1922, 1927, 1944) e vice-campeão nove vezes, sendo superado em número de títulos apenas por Sport, Santa Cruz e Náutico. Clube de grande tradição e torcida na primeira metade do século passado (tinha a terceira maior torcida do estado, atrás apenas de Sport e Santa Cruz), entrou em declínio a partir da segunda metade da década de 1950, passando a desempenhar apenas papel secundário no futebol pernambucano. O último ano que o América disputou a primeira divisão do campeonato pernambucano foi em 1995.
Mesmo não tendo mais uma torcida expressiva como no passado, a volta à elite do futebol pernambucano foi comemorada por aqueles que entendem o valor histórico do clube, que já teve entre seus torcedores fervorosos o escritor João Cabral de Melo Neto. O poema abaixo ele escreveu para os torcedores do clube.

O desábito de vencer não cria o calo da vitória;
Não dá a vitória o fio cego nem lhe cansa as molas nervosas.
Guarda-a sem mofo:
Coisa fresca, pele sensível, núbil, nova,
Ácida à língua qual cajá,
Salto do sol no Cais da Aurora.
"O torcedor do América F.C." João Cabral de Melo Neto.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Um modelo a ser seguido

Eu sou um fã inveterado de esportes. Acompanho futebol, fórmula 1, tênis, voleibol, basquete, etc. A maior predileção é pelo futebol. Mas vou falar de voleibol.
Ontem, 10/09, a seleção brasileira de voleibol masculina foi campeã do mundo no mundial da Itália. Campeã não, tricampeã, já que vencera também os mundiais de 2002 na Argentina e de 2006 no Japão. A Band e o Sportv (canal por assinatura da Rede Globo) transmitiram tamanha conquista do esporte brasileiro.
O voleibol brasileiro é atualmente um exemplo de competência e administração para os outros esportes e até mesmo para outros setores do país. E não há segredos: desenvolvimento de divisões de base, centro de treinamento para as equipes principais em Saquarema-RJ, muito trabalho e dedicação e boa administração. Até a década de 1980, o voleibol no Brasil era apenas mais um esporte. Hoje, o Brasil é o principal expoente neste esporte inventado por um professor de educação física norte-americano (William G. Morgan) no final do século XIX. Nesta década, nenhum país foi tão vencedor quanto o Brasil no voleibol mundial tanto no masculino quanto no feminino.
E esse exemplo de excelência não tem o espaço que lhe caberia na mídia televisiva brasileira. É sabido o quanto a televisão influencia a população brasileira. Exemplos de dedicação, competência e muito trabalho deveriam ser transmitidos ao povo. Mostrar que nada cai do céu, mas que vem do esforço e do trabalho, da dedicação de anos para se atingir a excelência. E depois, mais trabalho ainda para se manter no topo. Isso está faltando no esporte que é a paixão nacional, o futebol, que acredita que pode vencer apenas com as glórias do passado como premissas. É preciso trabalhar mais para isso. Isso também falta à candidata do partido da situação à presidência, que quer chegar ao topo através da popularidade e do carisma do nosso atual presidente (popularidade populista!!!). Opa! Saí do tema.
Quando se trabalha e se dedica muito, pode-se chegar à quase perfeição que o voleibol brasileiro atingiu nos últimos vinte anos (um bom texto para se ler sobre trabalho e dedicação está em uma postagem do blog Espiral, do biólogo brasileiro Alysson Muotri: Receita para virar ‘gênio’: 10 mil horas de dedicação apaixonada).
O voleibol brasileiro é um modelo a ser seguido.

domingo, 3 de outubro de 2010

Fatos que se destacaram na semana

- Um avião de pequeno porte fez um pouso forçado no canteiro central da BR-101 no Ibura na última sexta-feira, 01/10.
- O movimento de protesto de políciais do Equador contra uma lei que reduz os gastos com segurança pública, retirando parte de seus vencimentos. Os rebeldes invadiram o Congresso, tomaram o aeroporto e a rebelião se espalhou da capital, Quito, para Guayaquil e Cuenca. Houve confrontos com tropas leais ao governo e os rebeldes chegaram a sitiar o presidente Rafael Correa em um hospital. Correa denunciou o movimento como uma tentativa de golpe de Estado.
- Haverá segundo turno para as eleições presidenciais 2010 entre Dilma Rousseff e José Serra.

Votar: direito ou obrigação?

Cumpri minha obrigação democrática (obrigação? democrática???). Votei.
Dentre os países que elegem seus governantes democraticamente, o nosso é um dos poucos onde se aplica o voto compulsório (prática comum aos países sul-americanos, com exceção de Colômbia, Suriname e Guiana). Parece-me contraditório ser obrigado a votar. Em um evento dito democrático, não há opção quanto a votar ou não. Não há escolha.
Um argumento a favor para o voto compulsório é que tal sistema busca garantir que o governo represente a maioria da população, e não apenas os indivíduos que votam. Isto ajuda a garantir que o governo não negligencie determinados setores da sociedade que sejam menos ativos politicamente, e os líderes políticos vitoriosos dos sistemas de votação compulsória podem potencialmente reclamar maior legitimidade política que aqueles de sistemas facultativos.
O argumento mais comum contra o voto compulsório é o que afirma que votar não é um dever cívico, mas um direito civil. E os cidadãos podem exercer seus direitos civis (o direito de ir e vir, de expressar suas opiniões, de casar, etc.) sem serem compelidos a isso. O voto compulsório infringe o direito básico de liberdade do cidadão. Multar ou imputar penalidades àqueles indivíduos que não desejam votar é ainda mais opressivo.
Pois bem. Fui lá e cumpri meu dever cívico relutantemente. Espero que um dia votar se torne um direito civil no Brasil.