domingo, 29 de maio de 2011

Ave, Barcelona!!!

Sábado, 28 de maio de 2011. Nesse dia eu vi pela tv uma grande partida de futebol. Ou melhor: vi uma equipe jogar uma partida impecável, quase perfeita. O Barcelona jogou um futebol irretocável, espetacular mesmo, contra um Manchester United que, às vezes, parecia, encantado, fazer o que eu estava fazendo: assistir a apresentação magistral de seu adversário. A defesa não dá chutões, sai tocando no meio das estátuas adversárias; o meio campo troca passes como quem acaricia a amada e com a paciência dos deuses; e o ataque tem Messi, que inventa espaços, pensa o impensável, joga como poucos jogaram: já se pode, sem nenhuma dúvida, colocá-lo ao lado de Puskas, Pelé, Cruijff, Zico e Maradona. A minha idade me permite a lembrança de quando jogávamos assim: o Flamengo de Andrade, Adílio e Zico, a nossa seleção de 1982. Resta-nos aplaudir com uma pitada de nostalgia, de quando éramos nós os que faziam o espetáculo. Agora o futebol bonito é jogado pelo Barcelona e pela seleção espanhola. O papel se inverteu. Pior para nós, mas para o bem do futebol e para o deleite daqueles que adoram este esporte: Ave, Barcelona!!!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Futebol e paixão

Estava lendo as observações no blogo do professor Antonio Paulo Rezende, A Astúcia de Ulisses (http://www.astuciadeulisses.com.br), e achei interessante a observação postada por Monique, no texto "Três cores que comandam paixões". Náutico, Sport e Santa Cruz têm seus estádios encravados no centro do Recife. Obviamente, quando os estádios foram construídos, eles ficavam em zonas periféricas. No começo do século XX, as partidas ocorriam onde hoje é a Jaqueira, principalmente no campo da av. Dr. Malaquias. Uma foto da Ilha do Retiro às vésperas da Copa do Mundo de 1950 (que eu postei em um texto anterior: http://gleidsonlins.blogspot.com/2010/10/o-brasil-se-prepara-para-proxima-copa.html ) mostra a Ilha do Retiro isolada, e o estádio do Arruda até a década de 1960 ainda era um campo de várzea. Mas o Recife cresceu e englobou essas áreas. Como o planejamento urbano não é algo que se possa contar de nossos governantes (há exceções, como o governador Sérgio Loreto na década de 1920), a cidade vira um caos, como citado por Monique, nos dias de jogo. Quem quiser passar em frente à Ilha do Retiro, Aflitos ou Arruda em dia de jogo, principalmente se for à noite, esqueça. Na verdade, o trânsito recifense está caótico já faz algum tempo. Mas os nossos governantes estão acima disso. Quando metade do Recife ficou literalmente embaixo d’água no último dia 5, o nosso atual governador foi à tv, com o cinismo típico dos políticos, dizer que não havia motivo para pânico, que tudo estava sob controle… Os padrões de qualidade ético, moral e técnico de nossos governantes precisam melhorar… E muito; para que quando falarmos de futebol nos atenhamos apenas ao prazer lúdico do esporte.