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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Átila, o huno

Átila se tornou rei dos hunos em algum momento depois de 435 e governou até sua morte, em 453. Os hunos eram guerreiros ferozes que incutiram terror nos corações dos habitantes do Império Romano. Vivendo na Grande Planície Húngara, eles dominaram a fronteira norte do Império Romano, cobrando tributo dos imperadores do Ocidente e do Oriente, principalmente da rica Constantinopla. Os romanos consideravam os hunos bárbaros selvagens, e contos sobre a crueldade huna são abundantes na literatura romana posterior. Na época de Átila, os hunos não eram mais arqueiros montados nômades. Estabelecidos na Hungria, eles desenvolveram uma infantaria, e se diferenciavam das outras tribos bárbaras da fronteira romana pela sua habilidade em sitiar de maneira bem sucedida cidades fortificadas.
No final da década de 440, Átila estava visando o oeste, e em 451 ele atravessou o Reno e penetrou na Gália, tomando Reims, Mainz, Estrasburgo, Colônia e Trier. Paris resistiu, até que os hunos então partiram para a Gália Central e sitiaram Orleans. Nesse ponto, o general Aécio mobilizou uma força de romanos e aliados bárbaros (alanos e visigidos) e se deslocou para encontrar os hunos. Na batalha de Châlons, Aécio derrotou Átila e sob considerável crítica, permitiu que se retirasse cruzando o Reno de volta. Mas, por enquanto, o Império Romano Ocidental estava a salvo.
No ano seguinte, Átila e os hunos cruzaram os Alpes e penetraram na Itália, deixando um rastro de destruição. A grande cidade de Aquileia, às margens do Adriático, foi apagada do mapa (os habitantes que sobreviveram depois fundaram a cidade de Veneza). As principais cidades do vale do Pó ante os invasores: Milão, Verona e Pádua. Parecia que toda a Itália seria tomada.
De acordo com uma lenda, o papa Leão I encontrou Átila no norte da Itália e o impressionou com as vestes sacerdotais e com bravatas. Segundo ele, um grande milagre ocorreu: São Pedro e São Paulo apareceram para Átila e ameaçaram o líder huno com a morte se ele ignorasse os apelos do papa. Mais provavelmente, Átila decidiu desistir da Itália porque suas tropas estavam começando a sofrer com doenças e coma falta de suprimentos. Seja lá o que tenha ocorrido, Átila abandonou a invasão, e a Itália foi salva.
Átila morreu no ano seguinte, de uma hemorragia nasal, enquanto celebrava o seu casamento com uma nova e jovem esposa. O seu nome e o dos hunos se tornaram sinônimo de selvageria. Átila, “o flagelo dos deuses”, não deixou nenhum líder poderoso para substitui-lo, e os hunos rapidamente desapareceram das páginas da história.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

As construções do imperador romano Adriano capturavam o Sol

A propriedade de campo do imperador estava alinhada para receber os solstícios.
No solstício, o sol brilha no edifício Roccabruna (esquerda),
iluminando a parede oposta (direita).
Fotografias: Marina De Franceschini
A vila de Adriano a 30 quilômetros a leste de Roma era o lugar onde o imperador poderia relaxar em banhos de mármore e esquecer as aflições do poder. Mas ele não podia nunca perder completamente a linha do tempo, afirma Marina De Franceschini, arqueóloga italiana que acredita que alguns dos edifícios da vila estão alinhados de forma que produzam efeitos da luz do sol nas estações.
Por séculos, os acadêmicos têm acreditado que os mais de 30 edifícios na propriedade palaciana campestre de Adriano estavam orientados mais ou menos ao acaso. Mas De Franceschini afirma que durante o solstício de verão, lâminas de luz penetram dois dos edifícios da vila.
Em um, o Roccabruna, a luz do solstício de verão entra através de uma abertura em forma de cunha acima da porta e ilumina um nicho no lado oposto do interior (veja a imagem acima). E em um templo do edifício Accademia, De Franceschini observou que a luz do sol passa através de uma série de portas durante os solstícios de inverno e verão.
“Os alinhamentos me deram uma nova chave de interpretação”, disse De Franceschini, que afirma que os dois edifícios são conectados por uma esplanada que era uma avenida sagrada durante os solstícios. Baseada em textos antigos descrevendo rituais religiosos e no estudo de esculturas recuperadas, ela acredita que os efeitos de luz estavam ligados a cerimônias religiosas associadas à deusa egípcia Isis, que fora adotada pelos romanos.
De Franceschini, que trabalha com a Universidade de Trento na Itália, publicará um livro nos próximos meses descrevendo o trabalho astronômico-arqueológico. Ela dá crédito a dois arquitetos, Robert Mangurian e Mary-Ann Ray, por inicialmente observar o efeito luminoso em Roccabruna.
Robert Hannah, um classicista da Universidade de Otago na Nova Zelândia, afirma que as ideias de De Franceschini são plausíveis. “Elas certamente estão prontas para futuras investigações”, disse ele.
Hannah, que atualmente está buscando identificar alinhamentos associados com ascensão de estrelas em templos gregos em Chipre, acredita que o Panteão, um grande templo em Roma com uma janela circular no topo de seu domo, também age como um relógio solar de calendário gigante, com a luz do sul iluminando superfícies interiores importantes nos equinócios e em 21 de abril, o dia do aniversário da cidade.
Poucos edifícios clássicos foram investigados quanto a alinhamentos astronômicos, disse Hannah, parcialmente porque é mais fácil verificar alinhamentos em estruturas pré-históricas como Stonehenge, que não tem artefatos potencialmente contraditórios.
Jarita Holbrook, astrônoma cultural da Universidade do Arizona em Tucson, EUA, também não está surpresa com os alinhamentos solares da vila de Adriano. Eles são “uma parte comum da maioria das culturas”, disse ela. Mas, acrescenta, também é fácil construir edifícios coincidentemente alinhados com características astronômicas.
De Franceschini planeja passar a semana do próximo solstício de verão na vila de Adriano, na esperança de documentar os efeitos de luz no templo de Apolo mais cuidadosamente. O solstício de verão do ano passado foi chuvoso, disse ela. “Espero que esse ano consigamos fotos melhores”.