segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Sem candidatos

Quem irá presidir o nosso país nos próximos quatro anos é Dilma Rousseff, que foi eleita ontem com os votos de 41,1% dos eleitores. Mesmo sendo a candidata do atual presidente, que atingiu níveis de popularidade quase insanos, Dilma se elegeu sem a aprovação sequer da maioria simples daqueles com obrigação de votar no país. Além disso, a abstenção nesse segundo turno representou 21,5% dos eleitores (mais de 29,1 milhões preferiram não votar!). Somando-se a isso os votos em branco e nulos, chegamos a 26,8%. Ou seja, a cada quatro eleitores, mais de um preferiu não escolher ninguém para governá-lo dentre os candidatos possíveis. Chego à conclusão de que a eleição de Dilma foi apenas o resultado do apoio do governo de Lula e de não haver candidatos de oposição pelo menos "factíveis"; isso mesmo: a oposição foi incapaz sequer de fabricar um candidato. O marasmo político que se estabeleceu no país nos últimos anos apaziguou o antagonismo. Aqueles que governam e aqueles que são da "oposição" se mesclam em turbilhões de negociatas de cargos públicos e falcatruas tais que acabaram se tornando quase indistinguíveis. É isso que se reflete na frieza dos números da eleição. Votou-se por obrigação e por falta de opção. O nosso país merece mais do que isso.

Um comentário:

  1. Excelente postagem. O país realmente merece mais do que isso. Fiquei com asco de todo esse modelo de governo, das eleições - ainda mais! Não consigo ver essa mulher me representando. Entretanto o que fazer? Tenho de sentar num banquinho, com mais sei lá quantos desgostosos, e esperar que a suposta "maioria" realize grandes feitos com suas escolhas. Ou melhor, no caso, o representante da "maioria", que votou apertando um 'foda-se' na urna: Dilma Rousseff.

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