segunda-feira, 25 de julho de 2011

Américas antes de Colombo - Parte 12: Incas - ascensão ao poder

O mundo dos incas
Quase ao mesmo tempo em que os astecas estenderam seu controle sobre a maior parte da Mesoamérica, um grande estado imperial estava se erguendo nos Andes, e ele, no final das contas, dominou um império de quase 5.000 km de extensão. O Império Inca incorporou muitos aspectos das culturas andinas prévias, mas os fundiu em novos costumes – e com o talento para a organização estatal e o controle burocrático sobre povos de diferentes culturas e línguas, ele atingiu um nível de integração e dominação previamente desconhecido nas Américas.
Em todo centro cultural andino, durante o período que se seguiu ao colapso ou desintegração dos grandes estados “horizontes” de Tihuanaco e Huari (c. 550-1000), vários pequenos estados regionais continuaram a exercer algum poder. Em vez da quebra de poder que ocorreu na Mesoamérica pós-clássica, vários estados relativamente grandes continuaram a ser importantes na região andina. Alguns estados nas terras altas, nas amplas áreas abertas próximas ao lago Titicaca, e outros ao longo dos rios no litoral norte, como no vale do Moche, permaneceram centros de atividade agrícola e de densidade populacional elevada. Esta época, no último desenvolvimento do estado imperial andino, foi um período de considerável beligerância entre tribos locais e pequenos estados e de certa forma era um paralelo andino à era militarista pós-tolteca na Mesoamérica. Destes estados, o reino costeiro de Chimu, centralizado em sua capital Chan Chan, emergiu como o mais poderoso. Entre 900 e a sua conquista pelos incas em 1465, ele conquistou o controle da maior parte da região litorânea do Peru.

A ascensão inca ao poder
Enquanto Chimu estendia seu controle sobre quase 1.000 km do litoral, nos altiplanos andinos do sul, onde havia poucas grandes áreas urbanas, grupos étnicos e políticos brigavam pelo legado de Tihuanaco. Entre esses grupos estavam vários clãs ou ayllus aparentados falantes de quéchua e que viviam próximos a Cuzco, uma área que tinha estado sob a influência de Huari, mas que não tinha sido particularmente importante. Suas próprias lendas afirmavam que dez clãs aparentados surgiram das cavernas na região e foram levadas para Cuzco por um líder mítico. Quaisquer que sejam suas origens, por volta de 1350 eles viviam em Cuzco e redondezas, e por volta de 1438 derrotaram seus vizinhos hostis na região. Nesse momento, sob seu governante, ou Inca, Pachacuti (1438-1471), eles iniciaram uma série de alianças militares e campanhas que lhes deu o controle sobre toda a área de Cuzco até as margens do lago Titicaca.
Nos 60 anos seguintes, os exércitos incas estavam constantemente em marcha, estendendo o controle sobre um vasto território. O filho e sucessor de Pachacuti, Túpac Yupanqui (1471-1493), conquistou o reino costeiro de Chimu através da tomada de seu sistema de irrigação, e estendeu o controle inca ao sul do que hoje é o Equador. Na outra extremidade do império, os exércitos incas alcançaram o rio Maule no Chile, enfrentando uma resistência obstinada dos índios araucanos. O governante seguinte, Huayna Capac (1493-1527), consolidou estas conquistas e suprimiu várias rebeliões nas fronteiras. Na época de sua morte, o Império Inca – ou como eles o chamavam, Twantinsuyu – se estendia do que hoje é a Colômbia até o Chile e na direção leste através do lago Titicaca e Bolívia até o norte da Argentina. Entre nove e treze milhões de pessoas de diferentes etnias e línguas estavam sob domínio inca, uma façanha notável dada a extensão do império e a tecnologia disponível para transporte e comunicação.

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