quarta-feira, 15 de junho de 2011

Dia-D

Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a batalha da Normandia, que durou de junho a agosto de 1944, resultou na liberação aliada da Europa Ocidental do controle nazista alemão. Como o codinome Operação Overlord, a batalha começou em 6 de junho de 1944, também conhecido como Dia-D, quando cerca de 156.000 soldados americanos, britânicos e canadenses desembarcaram em cinco praias ao longo da faixa costeira de 80 quilômetros expressivamente fortificada da região da Normandia na França. A invasão foi um dos maiores assaltos anfíbios na história e exigiu amplo planejamento. Antes do Dia-D, os aliados conduziram uma campanha enganosa em larga escala para iludir os alemães sobre o alvo de invasão intencionado. No final de agosto de 1944, todo o norte da França tinha sido liberado, e na primavera seguinte os aliados derrotaram completamente os alemães. Os desembarques na Normandia foram o começo do fim da guerra na Europa.
Depois do começo da 2ª Guerra, a Alemanha invadiu e ocupou o noroeste da França no começo de maio de 1940. Os americanos entraram na guerra em dezembro de 1941, e em 1942 eles e os britânicos (que tinham sido evacuados das praias de Dunkirk em maio de 1940 após terem sido batidos pelos alemães na batalha da França) estavam considerando a possibilidade de uma invasão importante aliada através do canal da Mancha. No ano seguinte, os planos aliados para uma invasão cruzando o canal começaram a se reforçar. Em novembro de 1943, Adolf Hitler (1889-1945), que estava ciente da ameaça de uma invasão ao longo do litoral norte francês, encarregou Erwin Rommel (1891-1944) de liderar as operações de defesa na região, embora os alemães não soubessem exatamente onde os aliados atacariam. Hitler encarregou Rommel da conclusão da Muralha do Atlântico, uma linha de fortificação de quase quatro mil quilômetros de bunkers, campos minados e obstáculos na praia e na água.
Em janeiro de 1944, o general Dwight Eisenhower (1890-1969) foi nomeado comandante da Operação Overlord. Nos meses e semanas antes do Dia-D, os aliados conduziram uma operação massiva de engodo cuja intenção era fazer os alemães pensarem que o alvo de invasão principal era Pas-de-Calais (local mais próximo da Grã-Bretanha na França) e não a Normandia. Além disso, eles levaram os alemães a acreditar que a Noruega e outros locais também eram potenciais alvos de invasão. Muitas táticas foram usadas para conduzir a farsa, incluindo equipamentos falsos, um exército fantasma comandado por George Patton supostamente baseado na Inglaterra, que cruzaria o canal em Pas-de-Calais, agentes duplos, e transmissões de rádio fraudulentas.
Eisenhower escolheu o dia 5 de junho de 1944 como a data para a invasão. Todavia, o mau tempo atrasou a operação em 24 horas. Na manhã de 5 de junho, após seu meteorologista prever melhores condições para o dia seguinte, Eisenhower deu a ordem para que a Operação Overlord prosseguisse. Ele disse às tropas: “Vocês estão prestes a embarcar na Grande Cruzada, para a qual nós temos nos esforçado nestes vários meses. Os olhos do mundo estão sobre vocês”.
No final daquele dia, mais de 5.000 navios e barcos de desembarque levando tropas e suprimentos deixaram a Inglaterra para a viagem através do canal à França, enquanto mais de 11.000 aeronaves foram mobilizadas para fornecer cobertura aérea e apoio à invasão.
No amanhecer do dia 6 de junho, milhares de paraquedistas e já estavam no chão por trás das linhas inimigas, defendendo pontes e estradas de saída. As invasões anfíbias começaram às 6h30 da manhã. Os britânicos e canadenses enfrentaram pouca oposição à captura das praias de codinome Gold, Juno e Sword, da mesma forma que os americanos na praia Utah. As forças americanas enfrentaram forte resistência na praia Omaha, onde morreram mais de 2.000 soldados. Contudo, no final do dia, aproximadamente 156.000 soldados aliados tinham atacado de forma bem sucedida as praias da Normandia. De acordo com algumas estimativas, mais de 4.000 soldados aliados perderam suas vidas na invasão do Dia-D, com milhares feridos ou desaparecidos.
Menos de uma semana depois, em 11 de junho, as praias foram completamente asseguradas e mais de 326.000 soldados, cerca de 50.000 veículos e mais de 100 toneladas de equipamentos tinham desembarcado na Normandia.
Por sua parte, os alemães sofreram com a confusão nas fileiras e com a ausência do celebrado comandante Rommel, que fora afastado em licença. Inicialmente, Hitler, acreditando que a invasão era um estratagema desenhado para distrair os alemães de um ataque vindo do norte pelo rio Sena, recusou-se a liberar divisões próximas para se juntar ao contra-ataque. Reforços foram chamados de muito longe, causando atrasos. Ele também hesitou em requerer divisões blindadas para ajudar na defesa. Além disso, os alemães foram atrasados pelo efetivo apoio aéreo aliado, que destruiu rapidamente muitas pontes importantes e forçou os alemães a seguirem por caminhos mais longos, assim como o eficiente apoio naval, que ajudou a proteger o avanço das tropas aliadas.
Nas semanas seguintes, os aliados disputaram seu caminho através da Normandia enfrentando a determinada resistência alemã, assim como uma densa paisagem de pântanos e cercas. No final de junho, os aliados tomaram o vital porto de Cherbourg, e desembarcaram aproximadamente 850.000 homens e 150.000 veículos na Normandia, e se equilibraram para continuar sua marcha através da França.
No final de agosto de 1944, os aliados alcançaram o rio Sena e Paris foi liberada. Os alemães foram removidos do noroeste da França, efetivamente concluindo a batalha da Normandia. As forças aliadas então se prepararam para entrar na Alemanha, onde elas se encontrariam com as tropas soviéticas que se deslocavam a partir do leste.
A invasão da Normandia começou a reverter a maré contra os nazistas. Um sopro psicológico significativo, ela também impediu Hitler de enviar tropas da França para intensificar seu front oriental contra o avanço dos soviéticos. Na primavera seguinte, em 8 de maio de 1945, os aliados formalmente aceitaram a rendição incondicional da Alemanha Nazista. Hitler tinha cometido suicídio uma semana antes, em 30 de abril.



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